Quando abordamos o tema criatividade nas organizações e como gerir estas ideias, muitas vezes uma nuvem paira sobre os pensamentos do gestor, fazendo com que as ideias permaneçam apenas no abstrato, sem que efetivamente se concretizem.
O cerne da questão abarca uma simples palavra: criatividade, mas não basta apenas ter conhecimento do conceito em si, mas saber como as ideias criativas podem ser colocadas em prática nas organizações.
O que seria criatividade?
Segundo KNELLER, “a criatividade está relacionada às capacidades mentais de mudar, produzir ideias relevantes ou inusitadas e ver além da situação imediata. Envolve as capacidades cognitivas, produtivas e avaliativas da mente ou intelecto”. (Kneller, 1965, p. 52-61).
Neste sentido, a geração de uma nova ideia e inovação envolve o processo de concepção de algo original e relevante, seguido pela sua transformação em algo que não apenas beneficia a empresa, mas também impulsiona retornos financeiros e aumenta sua competitividade.
Todas as pessoas são criativas por natureza, de modo que, muitas vezes o que falta é o incentivo e acompanhamento efetivo para a eficácia de um projeto ou no desenvolvimento de um produto. Eis que surge o processo criativo.
O processo criativo começa com a intenção, seja de um colaborador ou de um núcleo organizacional. Essa intenção se manifesta em uma provocação que busca resolver problemas, explorar ideias ou oportunidades, ou até mesmo aprimorar algo existente. Em todas essas circunstâncias, a intenção é articulada através de uma pergunta, formulação de um problema ou desafio.
Neste sentido adentramos na seara “intenção de fazer melhor”, seja visando otimizar o tempo, seja criando estratégias para minimizar custos, seja implementando alguma tecnologia para entrega de qualidade, ou até mesmo uma inovação que destaque a organização em seu segmento.
O objetivo deste processo criativo é incentivar os colaboradores a adotarem uma mentalidade não convencional, desafiando os paradigmas e ideias predominantes, investindo mais tempo e energia para formular perguntas criativas, enérgicas e desafiadoras, que estimulem a exploração de novas perspectivas e oportunidades, incentivem o exercício da imaginação e a busca por soluções não convencionais.
O engajamento genuíno das pessoas no processo criativo ocorre quando elas se sentem atraídas pelo problema em questão, pelas ideias a serem exploradas ou pela oportunidade de contribuírem com algo que lhes seja creditado.
Após o processo criativo, a análise das ideias é sempre um desafio que demanda bastante atenção, garantindo que nenhuma ideia, por mais simples que possa parecer, seja desperdiçada.
Na etapa final do processo criativo, ocorre a aceitação de uma das soluções discutidas e desenvolvidas nos grupos de trabalho, originadas a partir de uma ou várias ideias propostas. Nesse sentido, há a seleção das ideias que têm o potencial real de agregar mais valor dentro das condições disponíveis para implementação ou empreendimento, levando em consideração a obtenção de recursos e apoio necessários.
Parte-se então para o plano de ação a fim de colocar a ideia criativa em prática visando gerar valor à organização. É aí que entra o gestor para acompanhar, incentivar e, por fim, garantir o devido reconhecimento à pessoa que idealizou e colocou o objetivo em prática.
Para ajudar o colaborador alcançar seu objetivo, o gestor deve estar atento à algumas estratégias, como a criação e incentivo da cultura da inovação; garantir que todos os colaboradores compreendam os objetivos da empresa e como suas ideias inovadoras podem contribuir para alcançá-los; disponibilizar recursos, tempo e suporte necessário para que os colaboradores possam desenvolver e implementar suas ideias de forma eficaz; reconhecer publicamente e recompensar os colaboradores que apresentam ideias inovadoras; estimular a colaboração entre os membros da equipe, incentivando a troca de ideias e o trabalho em conjunto para desenvolver soluções inovadoras; fornecer feedback construtivo sobre as ideias apresentadas, destacando pontos fortes e áreas de melhoria, de modo a incentivar a continuidade do processo criativo.
Ao implementar essas estratégias, as organizações podem criar um ambiente propício para o surgimento e desenvolvimento de ideias inovadoras por parte dos colaboradores, contribuindo assim para o desenvolvimento integral da organização, inclusive gerando o tão esperado retorno financeiro.
Polyana Lais Majewski Caggiano – Advogada Trabalhista